Eu desejaria – já bebidas todas as elegias – dizer-te que a distância que nos separa existe apenas na existência do espaço. Mas, no espaço de um segundo, essa distância é abolida: quando acaricio os teus seios e o espaço esvanecido, entre as tuas coxas, abre metáfora. * Gérard de Cortanze O Movimento das Coisas, … Continuar a ler
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A UMA MULHER – Vinicius de Moraes
QUANDO A MADRIGADA entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias E a angústia do regresso morava já nos teus olhos. Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino Quis afastar por um segundo de ti o fardo da … Continuar a ler
Sóbrio o teu corpo, António Ramos Rosa
Sóbrio o teu corpo me pede penetração: nomes puros: os de boca, braços, mãos sobre a terra e sobre os muros. Sóbrio o teu corpo me pede nomes justos, nomes duros: os de terra, fogo e punhos, claros, acres, escuros. * António Ramos Rosa, poema escolhido por Eugénio de Andrade para integrar a antologia … Continuar a ler
Canção do nu – Afonso Duarte
Lindo Mármore precioso que na alcova Surpreendi dormindo! E lindo A luz dum fósforo, acendido a medo, Despertou sorrindo. E, lindo, Dos olhos as meninas me saltaram Para o nu que se estava descobrindo. Linda! Ficou-se ao desagasalho adormecida, Ai vida, Como ainda não vi coisa tão linda. Linda, Braços abertos em desnudo … Continuar a ler
É quando estás de joelhos… de David Mourão Ferreira
É quando estás de joelhos que és toda bicho da Terra toda fulgente de pêlos toda brotada de trevas toda pesada nos beiços de um barro que nunca seca nem no cântico dos seios nem no soluço das pernas toda raízes nos dedos nas unhas toda silvestre nos olhos toda nascente no ventre toda floresta … Continuar a ler
Afias
Afias o meu sentido de seta. É nessa agulha que me redescubro homem. Abraço-te com os meus rios de ternura e o teu corpo diz-me para onde ir. Que sintas o correspondente mistério feminino. À tua alma mulher que me afoga. Continuar a ler
De Café (José Gomes Ferreira)
(Finjo que não vejo as mulheres que passam, mas vejo.) De súbito, o diabinho que me dançava nos olhos, mal viu a menina atravessar a rua, saltou num ímpeto de besouro e despiu-a toda… E a Que-Sempre-Tanto-Se-Recata ficou nua, sonambulamente nua, com um seio de ouro e outro de prata. Continuar a ler