Il pleure dans mon coeur Comme Il pleut sur la ville. Paul Verlaine * Meus olhos apagados, Vede a água cair. Das beiras dos telhados, Cair, sempre cair. . Das beiras dos telhados, Cair, quase morrer… Meus olhos apagados, E cansados de ver. . Meus … Continuar a ler
Category Archives: Poesia Portuguesa
Poemas que se pretende sublinhar de autores que marcaram de uma forma ou de outra a poesia e a literatura portuguesa, português europeu, PT PT
Vou de suspiros todo est’ ar enchendo – António Ferreira
Vou de suspiros todo est’ ar enchendo,vou a terra de lágrimas regando,mais água aos rios, mais às fontes dando,e com meu fogo em tudo fogo acendo. E quando os olhos meus, senhora, estendopara onde o Amor e vós m’estais chamando,as altas serras em qu’ os vou quebrandoda vista me tolher s’ estão doendo. Mas nisto … Continuar a ler
Escondida na sombra – participação na Triplov
Participação na Triplov – leia-a toda aqui * levantei-me contra as minhas portas fechadas: não havia portas fechadas: só palavras para estar encerrado no interior de mim mesmo: a solidão dos outros por dentro do meu peito: a suposta solidão dos outros: aproximei-me da tua janela e ela estava aberta: * Participação na Triplov – … Continuar a ler
Todos no sofá… mas cada um no seu: criatividade e psicologia
Pode alguém ser quem não é? Criatividade e Psicologia Quinta-feira, 21 de maio, 18h30 O sujeito criativo e a sua obra: relações, dependências e independências. Que vida ganham as obras, as personagens, os mundos criados pelos seus autores? O psicólogo Rui Tinoco aceitou o nosso convite e vai falar connosco sobre estas e outras questões … Continuar a ler
As Últimas Vontades – David Mourão-Ferreira
Deixa ficar a flor, a morte na gaveta, o tempo no degrau. Conheces o degrau: o sétimo degrau depois do patamar; o que range ao passares; o que foi esconderijo do maço de cigarros fumado às escondidas… Deixa ficar a flor. E nem murmures.Deixa o tempo no degrau, a morte na gaveta. Conheces a gaveta: … Continuar a ler
A imobilização da Beleza – na Correio do Porto
lmobilização da beleza, texto que vem agora a lume no interessante projeto Correio de Porto de Paulo Moreira Lopes em diálogo com as fotografias de J Paulo Coutinho * A primeira autoria é a primordial: a da natureza… E de que é que nos fala ela? Da dança das plantas com os insectos, por gerações das gerações; … Continuar a ler
Não tenho os olhos calibrados – Sérgio Ninguém
Não tenho os olhos calibrados para a escuridão plena desta cavidade psicológica do sofrimento. As cores agora são uma asfixia e o sufoco clandestino, na pedraria tumular. (Leitor nunca desejes viver duas vidas a segunda será sempre em vão). * o pescoço na navalha Sérgio Ninguém, Edições Eufeme, 2019 Continuar a ler
Nervo 8 – novo número da revista de poesia Nervo
(divulgamos notícia de novo número da Nervo): * CARÍSSIMOS LEITORES: Bem sabemos que estamos a atravessar um período difícil, cheio de dificuldades e incertezas, com muitas reservas e receios sobre as nossas condutas colectivas. Contudo temos uma certeza: – a de que não poderemos parar totalmente as nossas vidas e, muito menos, o nosso gosto … Continuar a ler
Fragmentos de Canção Inóspita – série Dilu Ente
Isso enfeita-te e perfuma-te com os restos mortais dos autores mais famosos e caídos em domínio público e peida-te como uma rosa Eis o fauno digital, dilu Ente * A. DaSilva O. – Canção Inóspita (Edições Eufeme, 2020) Continuar a ler
Nova Publicação: Eufeme (n.º 15 de Abril/Junho)
Divulgamos notícia de lançamento de um novo número da Eufeme: # Caríssimos leitores, Informamos no dia 8 de Abril de 2020 fica disponível mais um número do magazine de poesia Eufeme (n.º 15 de Abril/Junho). Como é de vosso conhecimento a Eufeme nunca faz lançamentos públicos, desde o seu nascimento e assim continuará, principalmente agora, nestes tempos mais difíceis, por … Continuar a ler
Fragmentos de Canção Inóspita – série Diz o Poema
A poesia ferve em pouca água, diz o poema * A poesia serve-se Louca, diz o poema * Não durmo com livros menores, diz o poema * A. DaSilva O. – Canção Inóspita (Edições Eufeme, 2020) Continuar a ler
«uma centena de borboletas» de Peter Levitt (tradução de Sérgio Ninguém)
Divulgamos um nova obra da chancela Eufeme: «Caríssimos leitores, informamos que o livro de poesia «uma centena de borboletas» de Peter Levitt, (tradução de Sérgio Ninguém), fica disponível no dia 18 de Março 2020. Este livro é n.º 14 da colecção “Eufeme Poesia”. Com o preço 9€ (já com portes incluídos). Os pedidos podem ser … Continuar a ler
A Ponte – fanzine de poesia e outras artes – número 01
CONSTRUINDO PONTES Um fanzine é sempre uma ponte. Ponte entre artistas que se querem conhecer e dar a conhecer, que militam nas artes, que abraçam a arte do outro. Pelo menos é assim que eu gosto de pensar sobre esta arte militante de fazer fanzines. E este que vos chega às mãos é uma ponte … Continuar a ler
Gazeta Literária nº 06
A POESIA TEM DE INTERVIR NO SEU TEMPO longa entrevista a inês lourenço. elsa costa e silva analisa “o crime da rua do sol”, fausto s. martins escreve sobre o paraíso na abóbada da igreja dos clérigos, domingos lobo lembra a poesia de j.h.santos barros, henrique barreto nunes evoca os seus tempos de ‘emigrante’, o … Continuar a ler
Eufeme n.º 14 – notícia de lançamento
(divulgamos nota do coordenador da Eufeme) * Caríssimos leitores, Informamos que o magazine de poesia Eufeme n.º 14 fica disponível no dia 13 de Janeiro. Esta edição conta com a participação dos poetas: Alfredo Ferreiro Salgueiro; Catarina da Costa; Eduardo Quina; Fady Joudah (trad. Sérgio Ninguém); José Manuel Teixeira da Silva; Lena Khalaf Tuffaha (trad. Sérgio Ninguém); Maria Quintans; Silva … Continuar a ler
Poema de Ofício de Vésperas, Rui Nunes
«não procures a palavra: há muito o escrivão a destruiu com o aço do aparo e a aguada tinta dos ofícios; há muito o rigor burocrático afastou dela um rosto, e o som que te dizia é agora um ruído no papel, o metal de uma frase interrompido» * Lisboa, Relógio de Água, 2007. Continuar a ler
homenagem ao autor – poema Rui Tinoco
Poema em imagem – homenagem ao autor, homenagem à literatura. Se quiser, clique para aumentar: Continuar a ler
Lágrima, pérola – José Régio
Lágrima, pérola, Que internamente Corres oculta, Dádiva cérula Viva e sepulta…, Corre, e que a gente Da multidão Se agite infrene, Baile simiesca, Roje no chão, Surda ao teu canto, fonte perene! Lágrima, pérola, Dádiva cérula, Queima e refresca Meu Coração! Fonte perene Da Canção. José Régio Continuar a ler
Magazine de poesia – Eufeme nº 13
Divulgamos a notícia do novo número (13) da Eufeme: *No dia 15 de Outubro de 2019 fica disponível o magazine de poesia Eufeme n.º 13 (Out/Dez). Esta edição conta com a participação dos poetas: Djurdjav Vukelić Rožić (trad. Sérgio Ninguém); Eduardo Quina; Fernando Esteves Pinto (Khroniká); Francisco Duarte Mangas; Ibtisam Barakat (trad. Sérgio Ninguém); Inês Lourenço; Manuel Silva-Terra; … Continuar a ler
Entrevista no Como Eu escrevo – Rui Tinoco
Recentemente respondi a uma série de perguntas sobre a escrita no site brasileiro Como Eu Escrevo, de José Nunes. * Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal? Nada de rotinas… Café sim… e depois encaixar espaço para a escrita nas rotinas profissionais e familiares. Pequenos nadas que vão permitindo somas que possibilitam … Continuar a ler
Participação no Triplov – setembro de 2019
Participei recentemente, e mais uma vez no Triplov, dirigido por Estela Guedes. Eis um dos textos: * a cama que ficou por desfazer na tua infância: mãos maternas sobre um corpo que ainda não é plenamente teu: como chegar a essas recordações?: o quarto está vazio, ninguém cruza a porta: «hoje, nunca mais iremos andar … Continuar a ler
ADEUS – Eugénio de Andrade
ADEUS Já gastámos as palavras pela rua, meu amor e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes. Gastámos tudo menos o silêncio. Gastámos os olhos com o sal das lágrimas, gastámos as mãos à força de as apertarmos, gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis. … Continuar a ler
BICICLETA – Herberto Helder
Lá vai a bicicleta do poeta em direcção ao símbolo, por um dia de verão exemplar. De pulmões às costas e bico no ar, o poeta pernalta dá à pata nos pedais. Uma grande memória, os sinais dos dias sobrenaturais e a história secreta da bicicleta. O símbolo é simples. Os êmbolos do coração ao … Continuar a ler
Aquela Fé tão Clara e Verdadeira – Sá de Miranda
Aquela fé tão clara e verdadeira, A vontade tão limpa e tão sem mágoa, Tantas vezes provada em viva frágua De fogo, i apurada, e sempre inteira; Aquela confiança, de maneira Que encheu de fogo o peito, os olhos de água, Por que eu ledo passei por tanta mágoa, Culpa primeira minha e derradeira, De … Continuar a ler
«Em 590 AC» – Jorge de Sena
Em 590 AC (mais ou menos Sólon de Atenas visitou o Egipto. Visitou, é claro, os lugares turísticos, e, como homem de saber, que era, conversou-se longamente com bibliotecários e arquivistas todos naquele tempo sacerdotes veneráveis. Não sabia a língua dos egípcios. Mas os egípcios – povo adiantado – tinham uma escola de intérpretes em … Continuar a ler
uma espera em ruínas – Sérgio Ninguém
uma espera em ruínas lágrimas feitas na cabeça. Pudessem eles regressar sem o sorriso das vontades e com as promessas rotas por cumprir. Levantar a âncora da solidão progredir no interior da violência ouvir o que a água diz e o que o fogo pensa, esconder todos os retratos da eternidade e falecer junto ao … Continuar a ler
sem leme – Jorge Arrimar
Encontrámo-nos para descobrir naquela tarde em que oceano da aventura acertaríamos o nosso navegar e foi a estrela d’alva a guiar-nos no desrumo de irmos sem leme * in Rotas Circulares, Jorge Arrimar (Gradiva) Continuar a ler
Tábuas Apenas- Maurício de Sousa
o coração é o lugar exacto do avesso do alto das nuvens tudo se confunde nem as tábuas são de madeira nem de pedra – essas tábuas são tábuas apenas * in Notícias de Horeb – Maurício de Sousa (colecção Poetas da Eufeme) Continuar a ler
Tudo o que vem por dentro – Maurício de Sousa
no silêncio tudo que vem de dentro fala flui com extraordinária pureza o desassossego não se ouve Sente-se – é um ruído que vem de Siro e vem por dentro * in Notícias de Horeb, Maurício de Sousa (colecção Poetas da Eufeme) Continuar a ler
Poema 18 de A Grua, Henrique Manuel Bento Fialho
Poema 18 de A Grua Henrique Manuel Bento Fialho Nazaré: Volta d’Mar, 2017 deixo para os outros a transformação do mundo são mais sábios e capazes do que eu têm tempo e saberes inconcebíveis para quem só por ignorante se reconhece tenhas tu a força que eu não tenho possas põe mim elevar … Continuar a ler
Poema de Ferido, m. parissy
Poema de Ferido parissy Nazaré: Volta d’Mar, 2017 Tudo era circular: as sombras reconheciam-se por serem sempre as mesmas. Um nevoeiro cobria o peito. Entrava pelas ruas, as únicas permitidas: rua França Borges, rua da Saudade, rua das Flores. Não se ultrapassava o passeio. O outro lado era o musgo, da lama, da … Continuar a ler
Pasteleira City, de Raul Simões Pinto no Rivoli
Pasteleira City, de Raul Simões no Rivoli – 16 de dezembro Com José Cordeiro, Pedro Augusto, João Alves, José Peneda e a Orquestra Comunitária de Lordelo. Continuar a ler
Por Delicadeza – Sophia de Mello Breyner Andresen
Por Delicadeza Bailarina fui Mas nunca dançei Em frente das grades Só três passos dei Tão breve o começo Tão cedo negado Dançei no avesso Do tempo bailado Dançarina fui Mas nunca bailei Deixei-me ficar Na prisão do rei Onde o mar aberto E o tempo lavado? Perdi-me tão perto Do jardim buscado Bailarina fui … Continuar a ler
ANTROPOFAGIAS, TEXTO III – Herberto Helder
ANTROPOFAGIAS, TEXTO III Afinal a ideia é sempre a mesma o bailarino a pôr o pé no sítio uma coisa muito forte na cabeça no coração nos intestinos no nosso próprio pé pode imaginar-se a ventania quer dizer “o que acontece ao ar” é a dança pois vejam o que está a fazer o bailarino que … Continuar a ler
Debaixo do Bulcão – set. 2018
Publicitamos nova publicação da poezine Debaixo do Bulcão – set. 2018, sob a direção de António Vitorino. * Leia todo o poezine aqui Continuar a ler
A tua sombra – poema em Triplov
Poema «A tua sombra» publicado em Triplov. Ler aqui Continuar a ler
Após – poema de Rui Tinoco na Gazeta de Poesia
“que dum nome tão leve e tão vão custoso ao rosto, tão custoso à vida.” Francisco Sá de Miranda Após me ter medido com o mundo e com os homens resta-me curta soma no fim da vida: um nome leve que custa à cara e uma vida pesada, prestes a render-se. O vento varrerá … Continuar a ler
Causas da Decadência de um Povo no seu Lar no programa A Hora da Poesia
Conversa em torno do livro Causas da Decadência de um Povo no seu Lar (2015) escrito a quatro mãos por João Rios, Pedro Teixeira Neves, Renato Filipe Cardoso e Rui Tinoco. A conversa decorreu no programa A Hora da Poesia, da Rádio Vizela, a convite de Conceição Lima. Continuar a ler
O SUBLIME – José Pascoal
O sublime é corrosivo, Grafitou Jacques Prévert, A quem um escritor da moda Apelidou de imbecil, Devia estar a olhar-se ao espelho, Numa de autoficção Depois de plagiar enciclopédias virais, Deste não rezará a história, O sublime é corrosivo, Ó poeta da chuva e do bom tempo, Como a lixívia E a Bíblia. Continuar a ler
BARCA BELA, de Almeida Garrett
Pescador da barca bela, Onde vais pescar com ela, Que é tão bela, Ó pescador? Não vês que a última estrela No céu nublado se vela? Colhe a vela, Ó pescador! Deita o lanço com cautela, Que a sereia canta bela… Mas cautela, Ó pescador! Não se enrede a rede nela, Que perdido é remo … Continuar a ler
O Louro Chá no Bule Fumegando – Correia Garção
O louro chá no bule fumegando De Mandarins e Brâmanes cercado; Brilhante açúcar em torrões cortado; O leite na caneca branquejando. Vermelhas brasas, alvo pão tostado; Ruiva manteiga em prato bem lavado; O gado feminino rebanhado, E o pisco Ganimedes apalpando; A ponto a mesa está de enxaropar-nos. Só falta que tu queiras, meu Sarmento, … Continuar a ler
Com mãos se faz a paz se faz a guerra – Manuel Alegre
Com mãos se faz a paz se faz a guerra Com mãos tudo se faz e se desfaz Com mãos se faz o poema ─ e são de terra. Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz. . Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra. Não são de pedra estas … Continuar a ler
RIFÃO QUOTIDIANO – Mário Henrique Leiria
Uma nêspera estava na cama deitada muito calada a ver o que acontecia chegou a Velha e disse olha uma nêspera e zás comeu-a é o que acontece às nêsperas que ficam deitadas caladas a esperar o que acontece Mário Henrique Leiria Continuar a ler
Julga-me a gente toda por perdido – Luís de Camões
Julga-me a gente toda por perdido, Vendo-me tão entregue a meu cuidado, Andar sempre dos homens apartado E dos tratos humanos esquecido. Mas eu, que tenho o mundo conhecido, E quase que sobre ele ando dobrado, Tenho por baixo, rústico, enganado Quem não é com meu mal engrandecido. Vá revolvendo a terra, o mar e … Continuar a ler
Ladrões de palavras – Rui Tinoco
A primeira vez que me apercebi que algo estava a mudar em mim foi há alguns meses atrás. Estava em casa de um amigo que tinha um filhote novo, ainda a aprender as primeiras palavras. Fiquei uns momentos a sós com ele e surpreendi-me nestas falas: – A palavra carinho não existe, nunca mais a … Continuar a ler
«a água também precisa de beber»
«a água também precisa de beber (1)»: a poética do pleonasmo. sorrio perante toda a cena: como será a reação do Dinis, já adulto, ao ler este texto? entretanto estou sentado ao meu presente na mesma mesa de café: a chávena já vazia um prato com restos de sande. (1) frase dita pelo Dinis, meu … Continuar a ler
Por Vezes – David Mourão-Ferreira
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por … Continuar a ler
“teoria do verso em rosebud” de Rui Tinoco
No dia 18 de Dezembro de 2017 é lançado o livro “teoria do verso em rosebud” de Rui Tinoco, sendo este livro o n.º 12 da colecção “Poetas da Eufeme”. O lançamento como já vem sendo hábito não será em local específico. O preço é de 5€; e os pedidos podem ser feitos através do nosso site, ou nas livrarias Poetria no Porto … Continuar a ler
a culpa do autor está – Rui Tinoco
a culpa do autor está aqui exposta aos vossos olhos. o texto encontra-se trespassado de outras vozes bem preso ao tempo em que foi construído. (encontrar alguém verdadeiramente é tão difícil no mundo como na literatura). Continuar a ler
Entrevista na Rádio Vizela – A Hora da Poesia
Recentemente fui entrevistado por Conceição Lima no âmbito do programa A Hora da Poesia… Foi uma experiência interessante e bastante enriquecedora para mim… Partilho aqui o podcast do programa da Rádio Vizela. Continuar a ler
Síntese e remorso – poema de Luís Quintais
Acerca da fragilidade De uma criança Nada diremos. Acerca da sua força e das imagens Nocturnas que se espelham Como o adversário se espelha Na polida solidez do escudo, Sobre isso talvez nos seja dado Dizer o que não merece mais Do que síntese e remorso. Luís Quintais Eufeme – magazine de poesia … Continuar a ler
Flor Interior: novo livro de Casimiro de Brito
(replicamos aqui comunicado da Editora Eufeme, a propósito do lançamento de uma obra do conhecido poeta Casimiro de Brito) * no dia 21 de Julho de 2017 é lançado o livro “flor interior” de Casimiro de Brito, sendo este livro o n.º 8 da colecção “poetas da Eufeme”. O lançamento como já é hábito não será em local específico. Este … Continuar a ler
Mão Heteronómica – livro de poesia de Rui Tinoco
Sobre A Mão Heteronómica (Volta d’Mar Edições, 2017, Nazaré) Terceiro livro de poesia de Rui Tinoco… Nele se aborda a temática da escrita como objeto do poema. Escrita com os seus vários personagens ou vozes: o autor, o leitor… Ainda assim, e desde essa perspetiva, se abordam as emoções, as relações humanas ou ainda a natureza e … Continuar a ler
valter hugo mãe / fosse o corpo só meu
fosse o corpo só meu e uma pedra o atingisse e abatesse. se a chuva viesse agora pedir para nascer nos meus olhos e as imagens e fizessem nuvens do que desejo, descobriria uma alma e procuraria incansável a identidade dela. quando morrer, pulsando na forte corrente do vento que me vier esconder, descobrirei uma … Continuar a ler
Lá vai o comboio amarelo, de Amadeu Baptista
Lá vai o comboio amarelo, voltou a passar agora e quase não foi visto por ninguém. Vai a uma velocidade louca, mas as crianças continuam a dizer que não estão na infância senão para o alvedrio das flores e das façanhas vertiginosas. Página a página, folheiam livros para colorir, com as suas caixas metálicas de … Continuar a ler
sou como uma pálpebra que se fecha – Rui Tinoco
sou como uma pálpebra que se fecha, como um sonho que não deixou de sonhar. não sei que gestos irei vestir de manhã, quando as pestanas, as ténues sombras que desenham no rosto, disserem que já é dia: escuro, luz; sim, não; ausência, presença. as aparências de imobilidade em que hoje dormi. Continuar a ler
Já nem as gaivotas de Rui Spranger
Já nem as gaivotas são felizes na cidade. O lixo escasseia a comida sobre as mesas. Já não há curiosidade sobre a miséria dos tempos antes de Abril porque a fome é outra vez agora. . Rui Spranger Em Nem Só de Gin Vive o Pinguim, 07, 21abril de 2014 Continuar a ler
no tempo em que os meus olhos – Eduardo Leal
no tempo em que os meus olhos eram grandes para o mundo havia apenas pressa uma pressa imensa de mergulho a fundo nas coisas nas línguas nas ideias . no tempo em que o universo ainda quase não tinha nascido e eu era curioso mergulhava indómito e perplexo no antes na gente na luz . … Continuar a ler
AMOR NAS ILHAS (AFORTUNADAS?) – Alexandre Pinheiro Torres
Se eu fosse água que milagre celebraria? Nem sou sequer ainda a sua evaporação. Não é as ilhas que os sonhos rebentam? Eu vi as ninfas emergindo das águas fartas de ilhas querendo invadir as caravelas: quilhas afiadas no esmeril da areia. A que trajecto pertenço? Todas as ilhas São sementes de agonia. … Continuar a ler
que nunca por nunca estas linhas tivessem um ar acabado – Herberto Helder
que nunca por nunca estas linhas tivessem um ar acabado, quisera apenas que uma urgência das coisas as reclamasse, uma veemência, uma potência das coisas e aí acabasse a sua breve música mas já que a mim me devastava que a ti te devastasse leitor sempre inimigo como o fogo cria assim a sua própria … Continuar a ler