Anjos de Deus, de Mariana Ianelli DiVersos Poesia e Tradução, nº 25 Os que vingaram mas delicados perderão sempre, esses que servem de isca, de alvo de holocausto tão facilmente e sozinhos brincam em seus pátios internos com infantes de outros reinos, os ditos frágeis que se traem pela própria natureza, esses massacráveis de … Continuar a ler
Category Archives: Poesia Brasileira
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JOSÉ – de Carlos Drummond Andrade
JOSÉ E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já … Continuar a ler
Allegoria – poema de Ronald de Carvalho
Gloria ao Sól que renova a alegria da Vida na immortalisação de todos os sentidos… Sól de ouros pelo Occaso e no Levante… Sól pagão… velho artista das paisagens do azul… da agoarela esbatida de penumbras subtis, entre ramos perdidos, a sonhar… a sonhar, na fronde farfalhante um Sonho symbolista… * de: Luz Gloriosa – … Continuar a ler
Conversa sobre poesia e edição de poesia no Brasil
Do Brasil: poesia e edição de poesia com Ana Elisa Ribeiro A série DiVersos – Poesia e Tradução (que circula desde 1996) promove no próximo dia 19 de julho, quarta-feira, às 21:15, na sede da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto (R. Rodrigues Sampaio 140, perto do Rivoli, no Porto), uma conversa … Continuar a ler
HOMENAGEM AO TRAIDOR – Cecília Meireles
Melhor negócio que Judas fazes tu, Joaquim Silvério: que ele traiu Jesus Cristo, tu trais um simples Alferes. Recebeu trinta dinheiros… — e tu muitas coisas pedes: pensão para toda a vida, perdão para quanto deves, comenda para o pescoço, honras, glória, privilégios. E andas tão bem na cobrança que quase tudo recebes! Melhor negócio … Continuar a ler
A UMA MULHER – Vinicius de Moraes
QUANDO A MADRIGADA entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias E a angústia do regresso morava já nos teus olhos. Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino Quis afastar por um segundo de ti o fardo da … Continuar a ler
Cântico VI de Cecília Meireles
Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo o dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de … Continuar a ler
Memória de L. Rafael Nolli
Nunca te esquecerei, diz o amante ao objeto amado ou os amigos que se separam ou a mãe ao filho que parte (uma viagem, a morte, a roda do acaso) * E ficam nebulosos, transportando a ideia (única forma de não olvidar), até que chegue o momento de serem esquecidos – ou transportados. Continuar a ler
Entre o vário e o vago, Iacyr Anderson Freitas
Chegar assim tão longe, entre o vário e o vago, para sorver o mundo de uma só vez, num trago. Ir além, mais além de seu próprio limite, até que o risco seja convívio. Ou convite. * Revista DiVersos de poesia e tradução, nº 21 Continuar a ler
«Traduzir-se» de Ferreira Gullar
Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. . Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. . Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. . Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. . Uma parte de mim é permanente: … Continuar a ler