Vou de suspiros todo est’ ar enchendo,vou a terra de lágrimas regando,mais água aos rios, mais às fontes dando,e com meu fogo em tudo fogo acendo. E quando os olhos meus, senhora, estendopara onde o Amor e vós m’estais chamando,as altas serras em qu’ os vou quebrandoda vista me tolher s’ estão doendo. Mas nisto … Continuar a ler
Tag Archives: poema de amor
poemas de amor: de mal de amor e de amor realizado ou prometido, violentas emoções poéticas.
O objeto amoroso – Sharon Olds
O amor inventa o corpo que não é um objecto, o caralho que não é uma coisa, o peito íntimo como um amante. o nobre animalzinho dos órgãos que antes queríamos morrer a devorá-lo. Eu estou a isolar a palavra amor do objecto, arredada do corpo astral como comida reluzente na travessa. Estou a isolar … Continuar a ler
A UMA MULHER – Vinicius de Moraes
QUANDO A MADRIGADA entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peito Estavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos frias E a angústia do regresso morava já nos teus olhos. Tive piedade do teu destino que era morrer no meu destino Quis afastar por um segundo de ti o fardo da … Continuar a ler
As Setas – de Andréas Embeiríkos
Uma jovem num jardim Duas mulheres num vaso Três moças em meu coração Sem horas nem limites. Uma palma na vidraça Uma palma sobre o peito Um botão fora de casa Um seio que se desvela Enquanto o arqueiro com as setas Brilha alto no céu Sem horas nem limites. * Poema de Andréas Embeiríkos, traduzido … Continuar a ler
Do Primeiro Livro de Lapinova, poema 7, Pedro Tamen
Seguro te sei, tão fresco, tão novo… Tu me deste a lei, eu te dei o povo, a água me deste sou eu que dou mar. E que lenço é este que está a acenar? – Amor, é amar. * Poema de Pedro Tamen Lisboa, Moraes Editores Continuar a ler
O amor tingiu a minha pele, Mirabai
O amor tingiu a minha pele da cor daquele que levanta montanhas Mesmo disfarçada reconheceu-me Ao contemplar a sua beleza entreguei-me Amigas deixem aquelas cujo amor está ausente escrever cartas Mira entregou-se ao Seu Amado Dia e noite é só por Ele que espera * O Amor Chegou com as Chuvas, Mirabai (tradução de … Continuar a ler
Cântico VI de Cecília Meireles
Tu tens um medo: Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo o dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de … Continuar a ler
Poema de Jorge Carlos Vilhena
De quanta dor juntamos nesta vida, da doença, da amizade corrompida, dos mortos que, conquanto recordando, vamos de nós aos poucos apartando, do envelhecer do corpo e do desejo, a que mais entristece eu antevejo – a do amor lembrança se tornando. jan 92 (Na revista DiVersos nº 3) Continuar a ler